Esporte

Após ter obtido a maior performance de sua história nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, o país entra agora na contagem regressiva para o próximo desafio esportivo continental: os Jogos Parapan-Americanos, que serão na capital chilena entre 17 e 26 de novembro.

A delegação nacional no maior evento do paradesporto do continente terá 338 atletas, incluindo os 10 atletas-guia do atletismo, três calheiros da bocha e dois goleiros do futebol de cegos. Trata-se da maior delegação da história do Brasil nos Jogos Parapan-Americanos. Desse total, 292 atletas são apoiados pelo Bolsa Atleta do Governo Federal (86,39% da delegação). O investimento federal nesses atletas no edital de 2023 é de R$ 27,97 milhões.

O embarque para a capital chilena será em grupos. Os primeiros atletas vão viajar no dia 12. “Esperamos manter o ritmo e o desempenho das nossas últimas participações. Nossos atletas chegam bem preparados e a nossa expectativa é de que trarão muitas medalhas”, afirmou Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e bicampeão paralímpico no futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008).

Em Santiago, o Brasil tem como objetivo manter a hegemonia do país no Parapan, já que é líder do quadro de medalhas desde a edição do Rio 2007. Para isso, os atletas competirão em 17 modalidades: atletismo, badminton, basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, futebol PC (Paralisados Cerebrais), futebol de cegos, goalball, judô, halterofilismo, natação, rúgbi em cadeira de rodas, taekwondo, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, tiro com arco e tiro esportivo.

HISTÓRICO RECENTE DO BRASIL NOS PARAPANS

🇵🇪 Lima 19
1️⃣ 308 medalhas: 124🥇99🥈85🥉

🇨🇦 Toronto 15
1️⃣ 257 medalhas: 109🥇74🥈74🥉

🇲🇽 Guadalajara 11
1️⃣ 197 medalhas: 81🥇61🥈51🥉

🇧🇷 Rio de Janeiro 07
1️⃣ 228 medalhas: 83🥇68🥈77🥉

RECORDE EM LIMA – O time brasileiro parte para Santiago com o objetivo de melhorar uma marca impressionante, obtida no Parapan de Lima 2019. Há quatro anos, o Brasil fechou a competição com 308 medalhas: 124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Nunca nenhum país alcançou tantas vitórias em uma única edição de Parapan. Em toda a história do país nos seis Parapans disputados até aqui (Cidade do México 1999, Mar Del Plata 2003, Rio 2007, Guadalajara 2011, Toronto 2015 e Lima 2019), o Brasil já conquistou 1.334 medalhas e a expectativa é para que a marca de 1.500 pódios seja atingida em Santiago.

24 UNIDADES DA FEDERAÇÃO – A delegação brasileira no Parapan tem atletas de 24 das 27 Unidades da Federação. Apenas Mato Grosso, Tocantins e Alagoas não estarão representados no Chile. O estado com maior número de atletas é São Paulo, com 86 representantes. Na sequência, aparecem Rio de Janeiro (35), Minas Gerais (25), Paraná (24), Pernambuco (16) e Distrito Federal (15).

HOMENS E MULHERES – Neste Parapan, o Brasil estará representado por 190 homens e 133 mulheres, ou 41,17% da delegação. Três equipes terão mais mulheres do que homens na disputa no time brasileiro: badminton, com 54,8% do total (17 a 14); taekwondo, com 55% (11 a 9); e ciclismo, com 53,3% (8 a 7). O atletismo é a modalidade com maior número de representantes do sexo feminino, com 25 classificadas para as provas de pista, saltos e campo. 

Com apenas 14 anos, a paranaense Kauana Beckenkamp, do badminton, é a mais jovem da delegação brasileira. Foto: Alessandra Cabral / CPB

14 ANOS – Nascida em 10 de setembro de 2009, na cidade de Marechal Cândido Rondon, no Paraná, Kauana Beckenkamp, do badminton, com 14 anos, se destaca por ser a atleta mais jovem do Brasil neste Parapan. A mesatenista carioca Sophia Kelmer, a gaúcha Laura Fontoura, do badminton, e os nadadores paulistas Alessandra dos Santos e Victor Almeida, todos com 15 anos, também estão entre os mais jovens do time. Na outra ponta está o cearense Eugênio Franco, do tiro com arco, que com 63 anos é o atleta mais experiente. A campeã paralímpica e mundial Beth Gomes, que compete pelo arremesso de peso e lançamento de disco e dardo pela classe F53 (que competem sentados), e o paranaense Sérgio Vida, do tiro esportivo, também estarão entre os mais experientes, ambos com 58 anos.

TIPOS DE DEFICIÊNCIA – Os atletas com deficiência física representam a maior parte dos integrantes da delegação neste Parapan: 247, ou 76,5% do total dos atletas do país na competição. Entre eles estão nomes como o velocista paraibano Petrúcio Ferreira, tricampeão mundial e bi paralímpico da classe T47 (com deficiência nos membros superiores); a pernambucana Andreza Vitória, campeã mundial pela classe BC1 (que têm a opção de auxílio de ajudantes) da bocha; e a halterofilista Mariana D’Andrea, que tem nanismo e é a atual campeã mundial na categoria até 79kg em Dubai 2023.

Depois, aparecem os atletas com deficiência visual, que somam 65 esportistas, ou 20,1% da delegação. Entre elas a nadadora pernambucana Carol Santiago (classe S12), dona de oito medalhas, sendo cinco ouros, no último Mundial de natação, em Manchester 2023; a velocista acreana Jerusa Geber (T11), atual campeã mundial; e o jogador brasiliense de goalball Leomon Moreno, tricampeão mundial e ouro nos Jogos de Tóquio 2020, estão entre os destaques.

Os atletas com deficiência intelectual representam o menor grupo em Santiago, com 11 classificados. Entre eles estão a fundista piauiense Antônia Keyla, medalhista de prata nos 1.500m pela classe T20 no Mundial de Paris 2023; o velocista paulista Samuel Conceição, campeão mundial nos 400m T20 em Paris 2023; e o nadador paulista Gabriel Bandeira, campeão paralímpico e mundial pela classe S14.

PARIS 2024 – Nos Jogos Parapan-Americanos, os brasileiros tentarão conquistar vagas para as Paralimpíadas de Paris 2024 em oito modalidades: basquete em cadeira de rodas, bocha, goalball (no feminino), rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco e tiro esportivo. O futebol de cegos e goalball masculino também classificam os campeões, mas o Brasil já tem vagas asseguradas em ambas por já ter atingido a critérios pré-estabelecidos de qualificação.