Agronegócio

28/09/2021 16:16

Com menos cana, unidades sucroenergéticas compram biomassa para continuar cogerando energia

Seca, geadas e incêndios vão retirar cerca de 100 milhões de toneladas da safra canavieira do Centro-Sul. Menor volume de cana, menos biomassa, menos energia produzida

Quando se reduz o volume de cana-de-açúcar, cai a produção de açúcar, de etanol, mas também de energia elétrica gerada pelas unidades sucroenergéticas. É que, com menos cana, a quantidade de biomassa (bagaço e palha) é menor. Outro efeito provocado pela redução da matéria-prima é que a safra termina mais cedo, afetando diretamente as unidades que comercializam energia, pois, sem estoque de biomassa, deixam de cogerar, passando de fornecedoras para compradoras de energia.

Segundo Zilmar de Sousa, gerente de Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), frente a esse cenário de quebra de safra, crise hídrica e de escassez de energia elétrica, para não reduzir o volume de energia disponibilizado à rede e postergar a cogeração para além do fim da colheita, muitas unidades sucroenergéticas estão adquirindo biomassa para complementar à sua produção.

Essa biomassa adquirida pode ser o bagaço de cana excedente das usinas que não cogeram – das 366 usinas, 146 não ofertam excedentes de energia elétrica para a rede – ou ainda palha de arroz, cavaquinho de madeira, entre outras. A prática da compra da biomassa é a responsável pelo fato de, mesmo com quebra acentuada na safra, a energia produzida pelo setor sucroenergético registrar queda de apenas 0,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Dados da UNICA apontam que, de janeiro até agosto de 2021, a geração pela bioeletricidade à rede foi de 17.412 GWh. Embora represente uma redução de 0,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, essa geração acumulada no período representou atender o consumo anual de 9 milhões de unidades residências ou 23% da geração do ano passado pela Usina Itaipu.

Zilmar salienta que, essa energia renovável ofertada à rede foi equivalente a ter evitado a emissão de quase 5 milhões de toneladas de CO2, marca que somente seria atingida com o cultivo de 34 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos. Por conta da maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade justamente no período seco e crítico para o setor elétrico brasileiro, a bioeletricidade ofertada até agosto foi também equivalente a ter poupado 12% da energia armazenada sob a forma de água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste.

“Trata-se da bioeletricidade em geral, incluindo as diversas biomassas, mas que a biomassa da cana costuma representar mais de 80% da geração anual (82% em 2020)”, informa Zilmar.

Fonte: CanaOnline


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